É praxe observarmos alguém por sua beleza, já que somos seres que têm o visual como principal referência. Daí vêm os julgamentos estéticos - eu, como filósofa, obviamente estudei este assunto, o que não me desvia das vulgares concepções sobre o belo, já que, antes de qualquer formação acadêmica, sou um ser humano sujeito a preconceitos. Pensando nisso, trouxe o tema para algo bem presente em nossa realidade: os padrões de beleza. Para isso, inspirei-me em dois ícones mundiais, duas mulheres consideradas lindíssimas: Sophia Loren e Dalida.
Dalida e Sophia Loren Imagem de imgrum.net |
Não é novidade que a sociedade (em qualquer época e lugar) dita padrões de beleza. No entanto, se observarmos mais de perto, raciocinando, levantando o véu dos "sentidos enganadores" (ah, Descartes!!), veremos que mesmo o que se encaixa em determinado padrão tem seus desvios.
A foto acima mostra o encontro entre minhas duas maiores musas: Sophia Loren e Dalida. Ambas, além de talentosíssimas, lindas, modelos de beleza até hoje (Dalida escolheu partir em 1987, mas segue presente nas melodias da vida), tinham características que também as desviavam da "linha reta" dos padrões... Mas, como? Alguém com "defeitos" não pode ser bela... Será? E o que são "defeitos"?
Sofia Villani Scicolone, desde pequena, era franzina, abatida, olhos muito grandes e nariz proeminente. Quando começou a carreira de atriz, ouviu que ficaria "horrível" na tela do cinema - "Onde já se viu um nariz assim? Ocuparia a tela inteira! E esses olhos enormes? Que feia!".
Iolanda Cristina Gigliotti, ainda bebê, teve uma doença nos olhos que lhe causou o estrabismo que a acompanhou por toda a vida. Quando criança, precisou usar óculos com lentes muito grossas e, por causa disso, sofria bullying. Seu nariz, para os padrões atuais, também seria considerado "grande".
Sofia se tornou Sophia. Sophia Loren. Uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema mundial. A primeira estrangeira a receber o Oscar.
Iolanda foi Miss Egito em 1954. Tornou-se Dalida: cantora, modelo, atriz, dançarina. Uma das mais belas e talentosas cantoras do mundo - poliglota, cantava em mais de 10 idiomas. A primeira artista a receber o disco de diamante, que foi criado especialmente para ela. Também brilhou no cinema, assim como Sophia.
Dalida era bela. Sophia é linda. Não há ou havia defeito algum em nenhuma delas. Se alguém, um dia, notou algum detalhe que desmerecesse a beleza de uma ou de outra, podemos concluir que não houve, de fato, uma correta apreciação estética, já que o todo das "obras" não foi considerado - tampouco as emoções produzidas por elas e muito menos a capacidade de interpretação de ambas. Assim é com todos, tornem-se famosos ou não. Tanto o "belo" como o "feio" são ideias que obedecem a certos critérios que os indivíduos vulgares não raciocinam (ao menos, conscientemente) antes que façam qualquer julgamento. Alguém que trabalha com a arte, por outro lado, deve ter, pelo menos, algum conhecimento sobre isso, além de uma sensibilidade especial para lançar um olhar a um artista, antes de descartá-lo e chamá-lo de "feio" - além, é claro (e o principal), depois de avaliar seu desempenho, sua arte, que também fazem parte do conjunto a ser analisado quando se fala em "Estética".
A foto acima mostra o encontro entre minhas duas maiores musas: Sophia Loren e Dalida. Ambas, além de talentosíssimas, lindas, modelos de beleza até hoje (Dalida escolheu partir em 1987, mas segue presente nas melodias da vida), tinham características que também as desviavam da "linha reta" dos padrões... Mas, como? Alguém com "defeitos" não pode ser bela... Será? E o que são "defeitos"?
Sofia Villani Scicolone, desde pequena, era franzina, abatida, olhos muito grandes e nariz proeminente. Quando começou a carreira de atriz, ouviu que ficaria "horrível" na tela do cinema - "Onde já se viu um nariz assim? Ocuparia a tela inteira! E esses olhos enormes? Que feia!".
Iolanda Cristina Gigliotti, ainda bebê, teve uma doença nos olhos que lhe causou o estrabismo que a acompanhou por toda a vida. Quando criança, precisou usar óculos com lentes muito grossas e, por causa disso, sofria bullying. Seu nariz, para os padrões atuais, também seria considerado "grande".
Sofia se tornou Sophia. Sophia Loren. Uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema mundial. A primeira estrangeira a receber o Oscar.
Iolanda foi Miss Egito em 1954. Tornou-se Dalida: cantora, modelo, atriz, dançarina. Uma das mais belas e talentosas cantoras do mundo - poliglota, cantava em mais de 10 idiomas. A primeira artista a receber o disco de diamante, que foi criado especialmente para ela. Também brilhou no cinema, assim como Sophia.
Dalida era bela. Sophia é linda. Não há ou havia defeito algum em nenhuma delas. Se alguém, um dia, notou algum detalhe que desmerecesse a beleza de uma ou de outra, podemos concluir que não houve, de fato, uma correta apreciação estética, já que o todo das "obras" não foi considerado - tampouco as emoções produzidas por elas e muito menos a capacidade de interpretação de ambas. Assim é com todos, tornem-se famosos ou não. Tanto o "belo" como o "feio" são ideias que obedecem a certos critérios que os indivíduos vulgares não raciocinam (ao menos, conscientemente) antes que façam qualquer julgamento. Alguém que trabalha com a arte, por outro lado, deve ter, pelo menos, algum conhecimento sobre isso, além de uma sensibilidade especial para lançar um olhar a um artista, antes de descartá-lo e chamá-lo de "feio" - além, é claro (e o principal), depois de avaliar seu desempenho, sua arte, que também fazem parte do conjunto a ser analisado quando se fala em "Estética".
Será que estas pessoas que se acham no direito de fazer julgamentos estéticos já leram algo sobre este assunto - Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant...? É uma bela questão a ser feita. Eu mesma já fui considerada "feia"... No entanto, minhas musas me inspiram e me auxiliam no empoderamento que elas mesmas, um dia, necessitaram tanto. Hoje sei que a beleza é um conjunto que não está ao alcance de todos - somente dos verdadeiros apreciadores da arte, que se dedicam, de fato, a observar, estudar e admirar o belo para além das aparências vulgares.
Carmem Dalida
http://culturofagicamente. blogspot.com
Carmem Dalida
http://culturofagicamente.
Conheçam também meu blog dedicado à atriz Sophia Loren:
Acompanhem minhas performances em homenagem à cantora Dalida: Dalida... À ma manière
Querem saber mais sobre a vida e a carreira da artista?
Acompanhem as outras postagens da série: Tributo a Dalida.
Leiam também a história da tragédia do Festival de San Remo em 1967, que envolveu diretamente a diva: Homenagem ao cantor e compositor Luigi Tenco.
Algumas fontes recomendadas a quem deseja saber mais sobre Dalida:
Site oficial da cantora: https://dalida.com/
Blog brasileiro dedicado a Dalida (por Alexandre Korrea): http://dalidabrasil.blogspot.com/