quinta-feira, 29 de abril de 2021

Tributo à cantora Dalida: "Bambino"


    Iniciando esta série especial em homenagem à cantora egípcia Dalida, apresento uma performance inspirada na interpretação original de "Bambino", gravada pela diva em 1956. Mais informações sobre ela podem ser lidas no breve texto que escrevi logo depois do vídeo. 





Capa de um dos primeiros discos de Dalida,
"Mademoiselle Bambino", lançado pela Barclay em 1956.
Fonte da imagem: Site oficial de Dalida
(dalida.com)
    Dalida é minha cantora preferida, pela força de sua interpretação, seu talento, carisma e versatilidade. Para homenageá-la, realizei a performance acima - uma dublagem da canção "Bambino", versão francesa de J. Larue para a canção napolitana "Guaglione", de autoria de Nisa/G. Fanciulli. Esta gravação foi feita, originalmente, em 1956 pela gravadora Barclay e foi a responsável por alçar Dalida à fama. Minha inspiração baseou-se em dois clipes da cantora: um gravado ao vivo e outro em estúdioA seguir, falarei um pouco sobre a vida desta importante intérprete da Música Internacional.

Dalida na década de 50.
Fonte da imagem: Site oficial de Dalida
(dalida.com)
    Iolanda Cristina Gigliotti - "Dalida" - nasceu no dia 17 de janeiro de 1933 no Cairo. Neta de imigrantes italianos, teve uma infância difícil em sua terra natal. Seu pai, Pietro Gigliotti, um excelente violinista e sua mãe, Filomena Giuseppina D'Alba, costureira, eram filhos de calabreses de Serrastretta que partiram para o Egito em busca de uma vida melhor. Logo na primeira infância, Dalida conheceu o sofrimento... Ainda bebê, foi acometida de uma grave infecção ocular que quase a cegou e, por um procedimento médico inadequado (que consistiu em usar uma venda nos olhos durante 40 dias), tornou-se estrábica. Por causa disso, passou por várias cirurgias durante a vida, já que o distúrbio sempre reaparecia. Desde cedo, precisou usar óculos com grossas lentes que motivavam humilhações por parte dos colegas na escola.
    Aos 7 anos de idade, Dalida viu seu pai ser arrancado de casa pelos guardas do Faraó. Pietro fora levado para um campo de prisioneiros estrangeiros e lá permaneceu por quatro anos. Giuseppina passou a costurar para fora para sustentar os filhos pequenos. O doce pai da pequena Iolanda e dos irmãos Orlando e Bruno retornou da prisão com graves alterações na personalidade, com muitos problemas psiquiátricos. Antes amável, ele então se tornara agressivo, tratando mal a todos. Dois anos mais tarde, faleceu em consequência de um acidente vascular cerebral. 
    Ainda adolescente, a menina participou do concurso Miss Ondine, sem que a mãe soubesse. Ficou em 2º lugar e sua foto foi veiculada no jornal. Ao ver a filha em trajes de banho, Giuseppina ficou horrorizada! Como punição, cortou os cabelos de Iolanda.
    Em 1954, Dalida foi agraciada com o título de Miss Egito e começou a receber convites para atuar no cinema de seu país. Naquela época, seu nome artístico era Dalila (sugerido pelo cineasta Niazi Mustapha, que tomou como inspiração o famoso filme "Sansão e Dalila"). A partir de então, teve incentivos para tentar a sorte na França (o sonho dos artistas da época). E na Cidade Luz, Iolanda passaria a ser, de fato, iluminada! Ao se apresentar na casa de shows Villa D'Or, um dos frequentadores sugeriu que ela trocasse o nome artístico para Dalida, substituindo o "L" por "D" de Deus. Ela gostou da ideia e passou a ser chamada por este nome que a consagraria para sempre! Quem impulsionou sua carreira, depois disso, foram Bruno Coquatrix (dono do famoso Olympia), Eddie Barclay (dono da gravadora que levava seu sobrenome e que tornou célebres vários intérpretes mundiais) e Lucien Morisse (diretor da rádio Europe, que logo se tornaria seu primeiro marido). 
    Dalida fez uma brilhante carreira como cantora na França, conquistando, em pouco tempo, sucesso mundial. Seu repertório possui mais de 1000 canções interpretadas em 11 idiomas. Foi a primeira intérprete do mundo a receber o Disco de Diamante (que foi criado especialmente para ela) e também uma das primeiras artistas a se engajar na causa LGBT. A cantora Maysa Matarazzo era fã incondicional de Dalida e até imitava muitos de seus trejeitos. Maysa gravou, inclusive, uma versão brasileira da canção "Paroles, Paroles" ("Palavras, Palavras"), ao lado do ator Raul Cortez.     Originalmente, esta música foi gravada em italiano sob o título "Parole, Parole" por Mina e Alberto Lupo, mas alcançou maior sucesso mundial na versão francesa interpretada por Dalida e Alain Delon. 
Um dos traços mais marcantes de Dalida era seu forte sotaque italiano (principalmente, a pronúncia do "r"), que sempre esteve presente em todas as suas interpretações.
    Infelizmente, Dalida cometeu suicídio em 3 de maio de 1987, em sua casa, no bairro de Montmartre (Paris). Entretanto, seu legado permanece vivo, inspirando artistas e amantes das artes por todo o mundo, rompendo barreiras linguísticas e culturais. 

    Saiba mais detalhes sobre a vida pessoal e a carreira de Dalida nas próximas postagens desta série em homenagem a esta eterna diva da música internacional!


Carmem Toledo 




Acompanhem minhas performances em homenagem à cantora Dalida: Dalida... À ma manière

Vejam mais em: Tributo a Dalida



Assistam à interpretação original da inigualável Dalida:

 




Algumas fontes recomendadas a quem deseja saber mais sobre Dalida:
Site oficial da cantora: https://dalida.com/
Blog brasileiro dedicado a Dalida (por Alexandre Korrea): http://dalidabrasil.blogspot.com/







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