Nesta postagem da série especial em homenagem à cantora franco-egípcia (descendente de italianos) Dalida, exponho um desenho feito com todo meu amor de fã incondicional a este ícone da música internacional. Também falo um pouco sobre sua triste partida, que hoje completa 34 anos.
Desenho à lápis representando a cantora franco-egípcia Dalida. Por Carmem Toledo. |
A expressão presente em meu desenho faz referência a uma de suas mais conhecidas canções, "À ma manière", de Pascal Sevran, Sylvain Lebel e Diane Juster, composta em 1977 e gravada originalmente por Ginette Reno. Dalida, por sua vez, gravou esta canção em 1980. A letra diz que cada um leva a vida à sua maneira e também revela este fato em primeira pessoa, quando a intérprete canta que deseja ser livre, sem leis e que, apesar da vida iludi-la, esta vale mais que uma canção ou a glória recebida através da fama. Uma das partes mais fortes é a estrofe que parece fazer uma espécie de "premonição" sobre a partida de Dalida:
Minha vida não é verdadeiramente minha vida
Ela é daqueles que me escolheram
Às suas maneiras
Deixando meu nome nas ruas,
Coloquei minha felicidade em segundo plano
À minha maneira
E na noite em que partirei, finalmente eu o farei
À minha maneira
Eu adoraria, no meu último pedido,
Dar adeus ao Sol
À minha maneira
Quando a letra diz "deixando meu nome nas ruas", temos uma referência indireta à fama da cantora, que, ao se dedicar ao trabalho artístico, doou-se aos fãs, tornando-se "Dalida" e deixando Iolanda (sua verdadeira identidade) oculta.
Infelizmente, ela decidiu partir na noite do dia 2 de maio de 1987, "à sua maneira": tomando uma alta dose de barbitúricos com whisky. Seu coração parou de bater por volta das 11h da manhã seguinte, no dia 3 de maio. O Sol ainda nasceu uma última vez para que Dalida pudesse lhe dar seu "adeus", ainda que inconscientemente.
De fato, ainda que a canção não tenha sido originalmente gravada por Dalida (pois isto ocorreu anos depois da interpretação de Ginette Reno), ela assustadoramente parece contar a história dos últimos dias da cantora egípcia. Obviamente, esta análise traz consigo uma boa dose de liberdade poética sobre este sentimento doloroso e inimaginável que culminou no suicídio de Dalida. A arte permite apropriações que ultrapassam a teoria, chegando também às questões sensíveis inerentes ao ser humano e suas vivências pessoais.
Assistam ao clipe oficial de "À ma manière" (canal Dalida Brasil):
Acompanhem minhas performances em homenagem à cantora Dalida: Dalida... À ma manière
Querem saber mais sobre a vida e a carreira da artista?
Acompanhem as outras postagens da série: Tributo a Dalida.
Leiam também a história da tragédia do Festival de San Remo em 1967, que envolveu diretamente a diva: Homenagem ao cantor e compositor Luigi Tenco.
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